domingo, 6 de novembro de 2011

Especulações

Falar em ética ambiental é promover uma análise das nossas atitudes perante o mundo do qual fazemos parte, através de um olhar mais sério que nos leva a crer na necessidade de cuidar e preservar este planeta que está decompondo-se sob nossos pés. Para viver a liberdade necessitamos aprimorar e assumir nossas responsabilidades.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Links relevantes sobre o tema: ética ambiental e reciclagem

         A terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Todas as coisas estão conectadas, como o sangue que nos une a todos. O homem não teceu a teia da vida; ele é meramente um dos seus fios. O que quer que seja que ele faça à teia, ele está fazendo a si mesmo (pensamentos atribuídos ao chefe Seattle).
 
Se mantivermos este nível de degradação e destruição... será que ainda teremos um planeta para habitar? Ou onde há cor haverá cinzas, onde há água haverá esgoto, onde há verde haverá queimadas... O que fazer?

Ética e responsabilidade social constitui-se de uma mudança de opinião e forma de ação, nada mais revigorante do que respirar o ar puro, beber água límpida e refrescante, caminhar sob um gramado verdejante, apropriar-se sem máculas deste lindo ambiente que compõe o planeta Terra, ou compunha? Estamos certamente num dilema mais complexo e caótico que antes, com o aumento da demanda populacional a produção de resíduos considerados inúteis ou descartados, mesmo em condição de uso, está agravando de maneira indescritível a condição ambiental e o que nós, seres humanos, estamos fazendo?

Ações de reaproveitamento, reciclagem e reutilização?

Tão necessários e tão difíceis de desenvolver, primeiramente necessitamos modificar o modo de agir, tornando-nos mais conscientes das necessidades sociais de mudança, assumindo riscos e admitindo que somos errôneos e poluentes.

É necessário refletir.
            Quando pensamos em ecologia e meio ambiente, muitas vezes nos deparamos com ideias distorcidas, da qual nós seres humanos não fazemos parte, não somos integrantes deste meio, ao lançar uma latinha no rio não assumimos os riscos que esta ação pode causar, ou jogar papéis fora da janela do carro não compreendemos o acúmulo a céu aberto e os graves riscos que este ato pode acometer, então cabe questionar, será que o ser humano é de fato racional?
            Devemos entender que fazemos parte deste meio e como tal, devemos assumir responsabilidades simples, mas de grande importância ambiental, através da separação do lixo, na compra de produtos sem transgênicos e optando por produtos menos agressivos. Precisamos aprender a olhar rótulos dos produtos que compramos nos supermercados. Podemos exigir também de nossos governantes a criação de aterros sanitários adequados, pontos de triagem de lixo reciclável, estações de tratamento de esgotos e muitas outras melhorias ao nosso bem estar, mas antes de tudo, devemos assumir nossas responsabilidades.
           
Lixo e Entulho de Fábio Vasconcelos
 
CORPOS DA CIDADE: territórios e experimentações de Vilene Moehlecke

Entre a beleza e a problematização das cidades de Por M. Cecilia Loschiavo
            Vivemos num mundo que esconde e macula a realidade, tenta encobrir os problemas sociais, focalizando a atenção da humanidade em pequenas questões que giram em torno de acirrados debates conceituais, destoando da real problemática, se olharmos com mais afinco para nossa sociedade perceberemos inúmeras pessoas vivendo em condições precárias, rios mortos em virtude da poluição, empresas desviando para a mata nativa lixos tóxicos para evitar gastos com a preservação, madeireiras clandestinas derrubando árvores sem replantá-las.
            Eis a cidade contemporânea, onde milhões são gastos em propaganda e marketing gerando mais lixo visual e entulhos ambientais, enquanto o meio ambiente é degradado na busca do ter, do consumir, evitando o ato de refletir.
            Por isso pedimos ajuda, nas palavras de Freire, ao falar da sensibilidade que o meio ambiente pode despertar em nós, para repensar um pouco sobre nossos atos:
As árvores sempre me atraíram. As frondes arredondadas, a variedade do seu verde, a sombra aconchegante, o cheiro das flores, os frutos, a ondulação dos galhos, mais intensa ou menos intensa em função de sua resistência ao vento. As boas vindas que suas sombras sempre dão a quem a elas chega inclusive a passarinhos multicores e cantadores. Os bichos, pacatos, ou não, que nelas repousam. (FREIRE, 2005, p.15)
            A beleza da natureza está esquecida por muitos, que se prendem em aranhas-céu e não são mais capazes de ver ao seu redor, ouvir o ruído do vento, o cantar dos pássaros que apesar da poluição insistem em manter-se em pé cantando e trazendo alegria, muito menos caminham de pés descalços para sentir a relva acariciando sua pele. Esquecem de viver.
            Tudo isto teve uma origem, foi aconchegando-se vagarosamente e penetrando em nosso intelecto, aceitamos as ações e nem paramos para pensar o motivo que nos leva a fazer uma ou outra coisa, pois a modernidade nos levou a aceitar:
A divisão entre espírito e matéria levou à concepção do universo como um sistema mecânico que consiste em objetos separados, [...]. Essa concepção cartesiana da natureza foi, além disso, estendida aos organismos vivos, considerados máquinas constituídas de peças separadas. Veremos que tal concepção mecanicista de mundo ainda está na base da maioria das nossas ciências e continua a exercer uma enorme influência em muitos aspectos de nossa vida. Levou à bem conhecida fragmentação em nossas disciplinas acadêmicas e entidades governamentais e serviu como fundo lógico para o tratamento do meio ambiente natural como se ele fosse formado de peças separadas a serem exploradas por diferentes grupos de interesses (CAPRA, 2003, p. 37).
            Fomos fragmentados e aceitamos imperceptivelmente esta fragmentação, passamos a agir e a cumprir cegamente as imposições que a sociedade nos colocou. Será que não chegou à hora de mudar este quadro? Ressignificar nossas ações? Continuamos a refletir.
CAPRA, F. O ponto de mutação. A ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo, Cultrix, edições:1986 e 2003.
FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho D’água, 1995.