domingo, 8 de novembro de 2009

Educação e Autoridade Lya Luft

Lya Luft



Educação e autoridade


"Um não na hora certa é necessário, e mais


que isso: é saudável e prepara bem mais


para a realidade da vida”



Antes de uma palestra sobre Educação para algumas centenas de professores, um jornalista me indagou qual o tema que eu havia escolhido. Quando eu disse: Educação e Autoridade, ele piscou, parecendo curioso: "Autoridade mesmo, tipo isso aqui pode, aquilo não pode?". Achei graça, entendendo sua perplexidade. Pois o tema autoridade começa a ser um verdadeiro tabu entre nós, fruto menos brilhante do período do "É proibido proibir", que resultou em algumas coisas positivas e em alguns desastres – como a atual crise de autoridade na família e na escola. Coloco nessa ordem, pois, clichê simplório porém realista, tudo começa em casa.

Na década de 60 chegaram ao Brasil algumas teorias nem sempre bem entendidas e bem aplicadas. O "é proibido proibir", junto com uma espécie de vale-tudo. Alguns psicólogos e educadores nos disseram que não devíamos censurar nem limitar nossas crianças: elas ficariam traumatizadas. Tudo passava a ser permitido, achávamos graça das piores más-criações como se fossem sinal de inteligência ou personalidade. "Meu filho tem uma personalidade forte" queria dizer: "É mal-educado, grosseiro, não consigo lidar com ele". Resultado, crianças e adolescentes insuportáveis, pais confusos e professores atônitos: como controlar a má-criação dos que chegam às escolas, se uma censura séria por uma atitude grave pode provocar indignação e até processo de parte dos pais? Quem agora acharia graça seria eu, mas não é de rir.

Gente de bom senso advertiu, muitos ignoraram, mas os pais que não entraram nessa mantiveram famílias em que reina um convívio afetuoso com respeito, civilidade e bom humor. Negar a necessidade de ordem e disciplina promove hostilidade, grosseria e angústia. Os pais, por mais moderninhos que sejam, no fundo sabem que algo vai mal. Quem dá forma ao mundo ainda informe de uma criança e um pré-adolescente são os adultos. Se eles se guiarem por receitas negativas de como educar – possivelmente não educando –, a agres-sividade e a inquietação dos filhos crescerão mais e mais, na medida em que eles se sentirem desprotegidos e desamados, porque ninguém se importa em lhes dar limites. Falta de limites, acreditem, é sentida e funciona como desinteresse.

Um não é necessário na hora certa, e mais que isso: é saudável e prepara bem mais para a realidade da vida (que não é sempre gentil, mas dá muita porrada) do que a negligência de uma educação liberal demais, que é deseducação. Quem ama cuida, repito interminavelmente, porque acredito nisso. Cuidar dá trabalho, é responsabilidade, e nem sempre é agradável ou divertido. Pobres pais atormentados, pobres professores insultados, e colegas maltratados. Mas, sobretudo, pobres crianças e jovenzinhos malcriados, que vão demorar bem mais para encontrar seu lugar no grupo, na comunidade, na sociedade maior, e no vasto mundo.

Não acho graça nesse assunto. Meus anos de vida e vivência mostraram que a meninada, que faz na escola ou nas ruas e festas uma baderna que ultrapassa o divertimento natural ao seu desenvolvimento mental e emocional, geralmente vem de casas onde tudo vale. Onde os filhos mandam e os pais se encolhem, ou estão mais preocupados em ser jovenzinhos, fortões, divertidos ou gostosas do que em ser para os filhos de qualquer idade algo mais do que caras legais: aquela figura à qual, na hora do problema mais sério, os filhos podem recorrer porque nela vão encontrar segurança, proteção, ombro, colo, uma boa escuta e uma boa palavra.

Não precisamos muito mais do que isso para vir a ser jovens adultos produtivos, razoavelmente bem inseridos em nosso meio, com capacidade de trabalho, crescimento, convívio saudável e companheirismo e, mais que tudo, isso que vem faltando em famílias, escolas e salas de aula: uma visão esperançosa das coisas. Nesta época da correria, do barulho, da altíssima competitividade, da perplexidade com novos padrões – às vezes confusos depois de se terem quebrado os antigos, que em geral já não serviam –, temos muita agitação, mas precisamos de mais alegria.

Revista virtual, acesso em: http://veja.abril.com.br/230909/educacao-autoridade-p-026.shtml. 08 de novembro de 2009, às 12h50min.

Aprender a dizer não e conduzir com correção nossos filhos e alunos a encararem este mundo mutável e excludente é um dos passos mais significativos e difíceis que temos para enfrentar na atualidade, a vida é uma estrada, qual o rumo que devemos tomar? Só não temos o direito de parar e esperar que tudo ocorra sem que haja a correta condução, há tantas belezas para serem vistas, precisamos aprender a olhar.

Fotografia: Jésica Hencke

Educação e Autoridade

AVANÇOS TECNOLÓGICOS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, INFORMAÇÃO E TRANSPORTE - O ENCURTAMENTO DO MUNDO

Jésica Hencke (texto e fotografia)







Neste último século e no presente, sofremos e continuamos a sofrer transformações de caráter tecnológico e em especial sobre a tecnologia da informação, que demonstrou grande impacto e reconhecimento através da internet, ou seja, a comunicação em rede em que é possível perceber o encurtamento do mundo e inexistência de fronteiras, onde uma mesma mensagem pode percorrer o mundo em frações de segundos. Vivemos em um mundo digital, onde a informação é gerada, armazenada, recuperada, processada e transmitida a todos que a ela tiverem acesso ou recursos financeiros que lhe permitam adquirir o presente recurso tecnológico, que ainda demonstra custos elevados e inacessíveis a grande parte da população.
A tecnologia da informação quando transformada em conhecimento, configura-se em instrumentos fundamentais e peças centrais na atual revolução tecnológica, devido a sua responsabilidade de permear a construção e reconstrução de novos saberes, junto ao trabalho educativo e social em um ciclo de uso e inovação, compõem-se não apenas de ferramentas a serem aplicadas e sim processos a serem desenvolvidos, pois não é mais suficiente informar é imprescindível formar cidadãos conscientes e críticos, capazes de atuar socialmente de maneira coerente e dinâmica.
A atual tecnologia da informação teve uma rápida difusão, porém esta não atingiu todas as esferas sociais, seu processo foi seletivo, aumentando ainda mais as diferenças sociais, excluindo desta forma, diariamente, novos indivíduos.
Pode ser definida como um novo paradigma, e apresenta diversas característica, tendo a informação como a matéria-prima , a tecnologia pode agir sobre esta, da mesma forma que a informação pode agir sobre a tecnologia, ao mesmo tempo a informação é constituinte e integrada a atividade humana e apresenta uma certa “penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias”; para garantir a flexibilidade e a constante troca de informação a lógica das redes de comunicação é fundamental; sendo outro ponto relevante, a flexibilidade que permite a mudança constante e reorganização e esta pode ser programada e re-programada.
Em síntese, pode-se dizer, que as constantes transformações criadas pelos seres humanos estão afetando diariamente o modelo de vida da maioria da população e modificando suas perspectivas de futuro, em alguns casos facilitando a vida, em outros, massificando e hierarquizando cada vez mais as relações sociais, onde as diferenças de poder aquisitivo e a miséria serão ampliadas e amplamente difundidas e menosprezadas.
Passaremos agora, a apontar alguns pontos principais de nosso estudo sobre o tema proposto: Avanços Tecnológicos dos Meios de Comunicação, Informação e Transporte - o encurtamento do mundo.


II REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
(SÉC. XIX)

Antecedentes

* expansão do capitalismo - liberalismo;
* aumento da produção;
* descobertas científicas - desenvolvimento industrial;
* desenvolvimento dos meios de produção agrícola e industrial;
* migrações;
* neo-colonialismo.

Uma Nova Revolução
(1870-1914)

* os trabalhadores entram em cena;
* no Brasil: monopólio do café;
* o desenvolvimento capitalista nos Estados Unidos da América;
* a nova partilha do mundo;
* idéia de progresso de Baudelaire;
* Feiras Mundiais.

MEIOS DE COMUNICAÇÃO

A humanidade nunca lidou com a quantidade de informações que está circulando nos meios de difusão de informação e de tecnologia como no presente século, como por exemplo: livros, rádio, televisão, jornais, revistas, internet, historinhas em quadrinhos, autdoors, propagandas... as pessoas tanto no meio urbano como rural estão mergulhadas em um oceano de informações.
Encontramos informações por todos os lados e desta forma, é extremamente necessário, mudanças constantes no trabalho e formação continuada aos funcionários ou técnicos em alguma área de atuação.
A educação na atualidade precisa ser mais voltada à formação integral do cidadão. A educação no século 21, conforme Fernando Rossetti, não pode mais se contentar em transmitir informações, é fundamental que esta seja transformada em conhecimento, em ação, em habilidades e competências que habilite os educandos a lidarem com a grande demanda de informação existente, com as rápidas transformações nos modos de produção, e instrumentalizá-los a realizarem um projeto de vida e de sociedade.
O desenvolvimento tecnológico acarretou inúmeras transformações na sociedade contemporânea, principalmente nas duas últimas décadas. Cada vez mais a linguagem cultural inclui o uso de diversos recursos tecnológicos para produzir processos comunicativos.

Recursos tecnológicos:
* Meios gráficos;
* Meios audiovisuais;
* Multimídia.

* Disponibilizam dados e informações que: permitem novas formas de comunicação e de ordenação da experiência humana, com múltiplos reflexos particularmente no que se refere a produção de conhecimento e na atuação humana sobre o meio e sobre si mesmo.

* Geram transformações:
na consciência individual;
na percepção de mundo;
nos valores;
nas formas de atuação social.

* Demandam adequação cultural:
forma de uso de cada meio;
restrição de acesso às inovações;
influência do poder econômico.

A forma como cada indivíduo participa dos processos comunicativos varia em função da capacidade de analisar e relacionar informações, e de uma atitude crítica frente à fonte de informações.

INFORMAÇÃO


* Sociedade da informação - o presente termo decorre de uma revolução tecnológica , tendo potencial para alterar a médio prazo, muitos aspectos que configuram a vida cotidiana. é possível perceber diversos elementos determinantes para esta transformação, porém é importante destacar o fato de que a “Computação e a Comunicação estão diretamente ligadas a dois objetos tecnológicos que proporcionam a esse crescimento uma velocidade nunca vista: micro-computador e rede de internet.” O novo paradigma, ou a tecnologia da informação surge para abarcar as necessidade evidenciadas em uma sociedade conturbada e constantemente afetada pelas transformações tecnológicas, ocasionadas pelos seres humanos, trata-se de um mundo globalizado, conectado em rede através da internet que proporciona uma constante troca e produção de informações, para posteriormente, serem transformadas em conhecimentos.

* Tecnologia da informação - expressa a essência da presente transformação tecnológica em suas relações com a economia e a sociedade, tendo como pontos principais:
* A informação é sua matéria prima: surge para proporcionar ao ser humano uma atuação sobre a informação, não como era necessário há alguns séculos atrás, onde o importante era agir sobre as tecnologias com auxílio da informação.
* Os efeitos das novas tecnologias têm alta penetrabilidade: a informação é parte integrante de toda atividade humana, por isto, devido às transformações sociais e tecnológicas, tendem a ser afetadas e modificadas constantemente.
* Predomínio da lógica de redes: trata-se de uma lógica de relações complexas que valorizam e tornam dinâmica a convivência entre os sujeitos através de recursos tecnológicos, potencializando assim a ampliação da globalização, a utilização da expressão “o encurtamento do mundo” e a diminuição das distâncias;
* Flexibilidade: é a possibilidade de reversão, reorganização e reconfiguração, ou melhor, “voltar atrás” permite errar e restituir o erro sem prejuízos.
* Crescente convergência de tecnologias: trata-se de um “andar junto”, em que as diversas transformações tecnológicas estão ocorrendo de maneira interconectada.

* Diferença de abrangência nas “camadas” sociais: a abrangência e o ritmo em que estas novas tecnologias assumem, apresenta um gradativo aumento das diferenças sociais, as desigualdades de renda e de desenvolvimento industrial entre os povos e grupos da sociedade reproduzem-se no novo paradigma, como: desemprego, falta de possibilidades de integrar-se no mercado de trabalho cada vez mais exigente, dificuldade ao acesso à informação, e muitos outros casos, como a massificação e a alienação social.

* Sociedade em rede: instrumento potencializador da interação, do ensino aprendizagem numa perspectiva cooperativa, contínua e individual, que possibilite a incorporação da mudança sendo está difundida socialmente.

* Educação à distância;

* Informação e conhecimento:
Informação é criada através da interpretação dos dados. Os dados são na verdade transmitidos e levados a indivíduos, mas não se transformam em informação até que estes indivíduos os tenham selecionado e processado por intermédio da interpretação. É portanto possível ter grandes quantidade de dados sem que se consiga qualquer informação. A interpretação apropriada acontece de um modo diferente para cada indivíduo e leva também a resultados diferentes, porque toda a história de vida dos indivíduos envolvidos influencia os processos: suas necessidades e emoções, seus conhecimentos, interesses e socialização, mas também sua imaginação e ideologias.” (PETERS, Otto. p. 288 - 289)

Significado da palavra informação na tecnologia da comunicação:
“Informação aqui é algo que é derivado de dados transmitidos, sinais ou conseqüências de sinais.”
Otto Peters

Desafios na construção de sociedades de informação:
* desafios éticos;
* aspectos perniciosos da tecnologia virtual - propagandas
* desemprego tecnológico;
* desqualificação do trabalho, para as camadas sociais menos favorecidas que não possuem acesso e estão a margem das transformações sociais;
* perda da privacidade;
* aprofundamento das desigualdades sociais;
* “tensões entre as culturas”;
* cooperação internacional;
* fortalecimento das redes.

“As novas tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos.”
Manuel Castells


TRANSPORTES

Com a necessidade de mais flexibilidade e movimento, o ser humano investiu em sua criatividade e construiu os mais variados estilos de transportes, que anualmente, devido as novas tecnologias e transformações sociais, bem como o aumento da população, sofrem modificações e adaptações para melhorar a vida na atualidade.

Estilo de vida - níveis de tecnologia:
- utilizados pela sociedade primitivas
X
- vida do homem moderno

Progresso tecnológico:
* invenção da roda;
* invenção de motores automotivos;
* invenção de motores de combustão interna;
* turbinas a jato.

Problemas decorrentes dos avanços tecnológicos:
* congestionamentos;
* problemas ambientais (efeito estufa).

Outros saltos tecnológicos:
* lançamento de satélites;
* lançamento de foguetes.

Em vista destas transformações tecnológicas, a educação formal escolar e o corpo docente não podem “parar no tempo” devem sim, estar em processo constante de atualização, é preciso que estes desenvolvam capacidade criativa para inovar e gestar alternativas para transformar seu trabalho docente em algo efetivamente importante para o desenvolvimento cognitivo do educando, apresentando flexibilidade em suas ações demonstrando conhecimentos, competências e interesse para apropriar-se das novas tecnologias ao mesmo tempo que não desprezem os outros instrumentos ou meios de fomentar a educação, assim sendo, temos consciência da necessidade da mudança, desde que, esta seja valorativa aos seres humanos.

Referências Bibliográficas:
CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura. Volume 1: A Sociedade em Rede. 5ª edição. Paz e Terra. São Paulo - Sp, 1999.
PETERS, Otto. Informação e Conhecimento. In: ________. A Universidade do Futuro