quarta-feira, 27 de julho de 2011

Interterritorialidade: mídias, contextos e educação

Célebre frase presente no nome de um livro escrito por diversas mãos e organizado por Ana Mae Barbosa e Lilian Amaral, falar em fronteiras do conhecimento na conjuntura atual é retroceder de forma indiscutível ao modelo educacional que apregoa o quadro de giz e a retórica docente, na qual apenas um é o sujeito que domina, determina e massifica o que deverá ser ensinado e consequentemente aprendido. Neste ínterim a escola tornou-se fomentadora da exclusão, seja, para aquela pessoa que possui todas as suas habilidades orgânicas em pleno funcionamento e alguma limitação cognitiva em virtude do não desenvolvimento, como para aquela pessoa que possui necessidades orgânicas, como baixa visão ou cegueira, problemas auditivos, motores, cognitivos, dentre outros.

            A exclusão perpetuou em nossas salas de aula de forma a fragmentar os conhecimentos, bem como as pessoas, os territórios foram criados em diferentes “departamentos” e o ato excludente solidificou-se o que precisamos é reverter este quadro tornando a escola, bem como a sociedade, um espaço que permita o respeito, o envolvimento e ação de todos os sujeitos sociais.

            Com base nesta visão de inclusão, realizaram-se diversas pesquisas, estudos, encaminhamentos e criação de programas para facilitar o envolvimento deste sujeito, que é diferente, mas ao mesmo tempo considerado cidadão e respaldando pelas leis, muitas vezes não valorizadas e ignoradas. Vivemos na era interterritorial onde o heterogêneo está em voga e como tal deve ser visto e previsto na prática educativa.

            Vejamos a seguir, alguns programas que buscam facilitar esta inclusão cultural e não meramente escolar, necessária por termos um histórico social excludente.  Esclarecendo estes fatores lançamos mão dos escritos de Santarosa (org.), ao destacar:

Hoje, a visão das necessidades especiais engloba um conjunto de aspectos que ultrapassa o antigo conceito de deficiente. Esta mudança da deficiência para a necessidade especial traz consigo a concepção de variabilidade humana e forja importantes deslocamentos. Do caráter permanente para o transitório, da visão de adaptar a pessoa deficiente para viver na sociedade para a inclusão, pela adaptação da sociedade com a superação das barreiras que impõem desvantagens para a efetiva participação de sujeitos com necessidades especiais em contextos socioculturais. (SANTAROSA- org. 2010, p. 20)

            Assim surgiram programas/recursos computacionais como:

* teclado colméia;

* pulseiras especiais;

* simuladores virtuais;

* teclados virtuais;

* DOSVOX (sistema operacional para pessoas cegas ou com baixa visão);

* virtual vision (leitor de telas);

* ampliadores de telas;

* teclado virtual para a escrita em libras;

* comunicação alternativa/aumentativa – pranchas.

            Estes são alguns exemplos de hardwares e softwares que existem para auxiliar na inclusão social, existem muitos outros específicos para cada necessidade especial, o que realmente falta são mediadores para auxiliar os PNEs a valer-se qualitativamente destes recursos.

Referências:
BARBOSA, Ana Mae; AMARAL, Lilian (org.). Interterritorialidade mídias, contextos e educação. São Paulo: Ed. Senac. Edições SESC São Paulo, 2008.
SANTAROSA, Lucila Maria Costi (org.). Tecnologias digitais acessíveis. Porto Alegre: JSM Comunicação Ltda, 2010.

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