terça-feira, 30 de junho de 2009

Iniciando... alguns traços sobre arte...


“Imaginar é mais importante do que saber, pois o conhecimento é limitado, enquanto a imaginação abarca o universo.” (Albert Einstein)

Arte, tantas travessuras contempladas por esta palavra no imaginário infantil, quantos sonhos constituídos e constituidores de identidades: brincar, expressar-se corporalmente, ter um corpo e conhecê-lo. Trata-se da capacidade humana de aplicar e interagir com diferentes proposições, expressão estética de sensações e ideias, o desenvolvimento das mais complexas habilidades do conhecimento humano.
Ana Mae Barbosa, é uma das maiores pesquisadoras sobre o campo de arte no Brasil, ela propõe um trabalho escolar contextualizado e integrado, ou seja, não se trabalha arte somente pela técnica, mas sim, pela sua historicidade, possibilitando ao aluno um momento de produção, análise e crítica de sua “obra” e uma re-formulação da mesma. Este movimento também pode ocorrer através da apreciação das obras de diferentes artistas.
Sem sombra de dúvidas o mais belo, misterioso e nebuloso campo do conhecimento humano é o da arte. As expressões artísticas, são amplamente difundidas e extremamente complexas, não pode ser definida, pois é ação, supõe movimento e alteração, pode ser tanto aprendida como ensinada.
Por isso a arte deve permanecer nos currículos escolares, como diz Elliot Eisner, ela possui conteúdo, e sua aprendizagem compreende muito mais do que habilidades para utilizar diferentes materiais artísticos. O docente tem um papel imprescindível, não é reprodutor de técnicas é um incentivador exigente conhecedor da arte e pesquisador. Ele assegura que o trabalho em arte deve ser desenvolvido a partir de algumas disciplinas especificas: história da arte, produção de arte, critica de arte e estética.
É através da arte que a humanidade se expressa, sem restrições, seus sentimentos e emoções. A arte envolve o corpo, a imaginação, a criação individual e coletiva, reflete sobre possibilidades de produção e compreensão do real. O ensino da arte viabiliza a produção, a crítica, a história e a estética. Por isso constitui-se em um ato vital.
Seguindo esta forma de raciocínio Vicent Lanier, lembra que é preciso devolver a arte para a educação, é importante destacar que nem toda a produção artística desencadeia uma resposta estética, mas, apesar disto, produz um crescimento pessoal, sugerindo uma ampliação dos horizontes de criação artística, valendo-se da cultura local e regional, bem como do contexto escolar, valorizando as experiências artísticas e estéticas dos alunos.
A sociedade atual enfrenta uma gama infundada de problemas, constituindo-se na sociedade do espetáculo e do consumo. O que se privilegia na atualidade são os valores disseminados pela mídia. Os problemas apresentam-se tanto no campo empregatício (vive-se a real crise do emprego, ou a inexistência deste), quanto à questão da globalização e do neoliberalismo, o que acarretou uma relação de consumismo com relação a escola. Alunos são clientes, imaginação e criatividade são futilidades. O humano ficou à margem, o coletivo está abafado pelo individualismo e o consumismo sobrepõe-se ao social, sobre o convívio entre os “iguais”.
Nesta linha de raciocínio, encontra-se Daisy Maria Barella da Silva, que fala e critica todos os problemas enfrentados pelo ensino de arte nas escolas, destacando a estrutura falível de um paradigma moderno em educação, que privilegia a livre expressão, simplesmente por considerar a arte uma disciplina sem conteúdo.
O que se percebe é a necessidade de uma nova organização do trabalho escolar, uma nova relação com o espaço cultural e uma nova concepção do conhecimento, segundo Nóvoa é preciso tornar a escola um lugar de desenvolvimento e aprimoramento do fazer e do compreender criador e criativo.

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