Reflexão:
Este vídeo surgiu com a intenção de modificar meu olhar sobre a realidade que está a meu redor, gostaria de expressar através dele uma forma diferenciada de ver e rever o que diariamente vejo. Sair da ótica dos rostos e fixar-me nos pés. Como inspiração lembrei-me da obra de Vicent Van Gogh “Os sapatos”, que retrata toda uma história a partir dos sapatos desgastados, o quanto podemos ver e conhecer de uma pessoa ao fixar nosso olhar em seus pés. A filmagem, foi realizada com cerca de dez cenas em ambientes próximos, sala de aula, pátio escolar, e uma criança dependurada numa árvore, a junção e sobreposição destas cenas tinha a intenção de misturar os ambientes tornando-se apenas um, que se complementa, as crianças foram filmadas de forma distraída, mas ao perceberem-se sendo gravadas faziam poses e cenas com seus pés. Este trabalho me abriu as portas para uma ideia de roteiro, montei e irei compartilhar neste espaço.
Vídeo: “Marcas urbanas... passos”.
Escaleta:
- Onde nos levam nossos pés, a cada passo;
- Passos que demonstram insegurança, medo, aproximação, fuga, nervosismo, felicidade, infelicidade, cansaço, pressa, nervosismo, impaciência, angústia, conquista, espera;
- Cada passo que damos um passo a menos para a conquista de nossos objetivos;
- O mundo sob nossos pés, as marcas que deixamos;
- Sonhadores, perdidos, compenetrados, objetivos, todos damos passos, sejam eles com os pés ou com cadeiras de roda, andadores, próteses.
Argumento:
Reflexão acerca dos passos que damos diariamente na vivência cotidiana, como eles se alteram seguindo nossos sentimentos e desejos. Quando estamos inseguros, damos passos vacilantes, se estamos amedrontados caminhamos apressadamente, se não temos pés utilizamos recursos como andadores, próteses, cadeiras de rodas dentre outros, a ideia é explorar os passos, com o intuito de abrir uma nova forma de ver a vida em sociedade. Observar o mundo através de uma nova ótica, aquela que se junta ao caminho, o andar, é pensar no quanto transmitimos para nossos pés nossas angústias, nossos medos e desejos. Intuitivamente é observar a vida humana através das marcas que deixamos nos caminhos que trilhamos para ir ao trabalho, no consultório médio, no intervalo das escolas, nas praças e vias públicas, na areia, subindo e descendo escadas, bem como registrar o burburinho causado do contato da sola de nosso sapato com o árido chão, concreto, asfalto, piso, areia, grama, ou simplesmente terras e pedras. São ideias que trabalham no viés da complexidade humana, ao refletir sobre a subjetividade a partir das marcas que deixamos e dos movimentos inconsciente que fazemos com nossos pés e nem nos damos conta, pois como sendo parte orgânica sua existência não é valorizada e percebida. Também procura-se finalizar o vídeo demonstrando sutilmente imagens de quem perdeu este membro tão básico para nossa vida.
Roteiro literário:
Primeiro passo: determinar as cenas que pretende-se registrar sob o tema proposto;
Segundo passo: observar com mais atenção as formas que as pessoas movimentam seus pés ao caminhar, correr, sentar a aguardar atendimento em lugares públicos, verificar se através destes passos é perceptível a subjetividade, mesmo que sinteticamente, das pessoas ali envolvidas.
Terceiro passo: localizar pessoas que perderam seus membros inferiores e conversar sobre como sua vida foi alterada a partir do surgimento desta nova dificuldade, esta conversa servirá de motivador para a mudança de olhar, ou seja, a partir do conhecimento de uma realidade diferente o vídeo será captado com um novo olhar.
Imagem do vídeo | Áudio | Textos/falas/legendas |
Cena 01: Via pública, praça, trajeto de escolares/ext./dia Filmar os pés de diversas pessoas anônimas, enquanto transitam de um lugar a outro, captando cenas lentas, apressadas, cansadas, ou seja, todas as possibilidades. | Sons de passos apressados e burburinhos de pessoas conversando, crianças agitadas, carros passando em vias públicas. | Palavras sobrepostas à imagem, que lembrem sentimentos, ações que lembram passos, caminhos e conquistas. |
Cena 02: Prédio público/secretaria de saúde/int./dia Captar as imagens dos pés das pessoas sentadas, em pé, como estes movimentam-se enquanto esperam. | Silêncio, impressão de lugar gélido, onde os passos são mudos/inexistentes. | |
Cena 03: Escola/pracinha/ext./dia Filmar pés de crianças brincando na pracinha, cancha de areia, correndo, brincando, jogando bola. | Risos, sons infantis, brincadeiras que transmitem a ideia de alegria e felicidade. | |
Cena 04: Horário de pico, rodoviária - ext./vespertino Pessoas subindo e descendo de ônibus, caminhando até a rodoviária, comprando passagens. | Buzinas, freadas, passos sob a calçada agitados. | |
Cena 05: Via pública/ext./dia (finalizar) Filmar pessoas que utilizam recursos médicos para locomoverem-se: cadeiras de rodas, andadores, próteses, em via pública, externa, durante o dia. | Som de vento, a ideia de deja vu. | Questionamento narrativo, relacionado a importância de preservarmos nossa vida, nossos passos. |
Analise Técnica
Câmera digital modelo Kodak Easy Share C743
Locomover-se de um espaço a outro com a câmera digital e registrar as cenas descritas.
Notebook Inspirion 1525 – Processador Intel Core 2 Duo – 3G de memória – 320 HD – Windows Vista Home Basic
Windows Movie Maker, para a edição de imagens e sobreposição de algumas cenas.
Tempo aproximado 40 segundos para cada cena, sendo que uma transpassa sobre a outra ao iniciar.
Tempo máximo 4 minutos.
Cronograma
O vídeo será filmado durante uma semana, incluindo final de sema, pelo turno da manhã, tarde e vespertino. Primeiramente será feita uma observação dos locais prévias, para poder precisar adequadamente o horário no qual as filmagens serão realizadas, serão captadas diversas cenas e selecionadas as que forem mais condizentes com a proposta inicial.
Cena 01 | Centro da cidade de Canela, praça pública, próximo a passagem de transeuntes e estudantes, horário do meio dia. |
Cena 02 | Posto de saúde, horário da manhã, início do atendimento ao público. Bairro Santa Marta, município de Canela. |
Cena 03 | Escola Estadual de Ensino Pedro Oscar Selbach, Canela, turno tarde, turma de pré-escola (alunos de cinco e seis anos), atividades lúdicas na pracinha. |
Cena 04 | Rodoviária municipal de Canela, vespertino, saída do emprego e retorno para casa. |
Cena 05 | Cena mais difícil, praça pública, aguardar a chegada de pessoas com deficiências locomotoras e/ou na escola de educação especial localizada no próprio município. |
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