quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Passos... um novo olhar


Reflexão:

            Este vídeo surgiu com a intenção de modificar meu olhar sobre a realidade que está a meu redor, gostaria de expressar através dele uma forma diferenciada de ver e rever o que diariamente vejo. Sair da ótica dos rostos e fixar-me nos pés. Como inspiração lembrei-me da obra de Vicent Van Gogh “Os sapatos”, que retrata toda uma história a partir dos sapatos desgastados, o quanto podemos ver e conhecer de uma pessoa ao fixar nosso olhar em seus pés. A filmagem, foi realizada com cerca de dez cenas em ambientes próximos, sala de aula, pátio escolar, e uma criança dependurada numa árvore, a junção e sobreposição destas cenas tinha a intenção de misturar os ambientes tornando-se apenas um, que se complementa, as crianças foram filmadas de forma distraída, mas ao perceberem-se sendo gravadas faziam poses e cenas com seus pés. Este trabalho me abriu as portas para uma ideia de roteiro, montei e irei compartilhar neste espaço.



Vídeo: “Marcas urbanas... passos”.

Escaleta:

  • Onde nos levam nossos pés, a cada passo;
  • Passos que demonstram insegurança, medo, aproximação, fuga, nervosismo, felicidade, infelicidade, cansaço, pressa, nervosismo, impaciência, angústia, conquista, espera;
  • Cada passo que damos um passo a menos para a conquista de nossos objetivos;
  • O mundo sob nossos pés, as marcas que deixamos;
  • Sonhadores, perdidos, compenetrados, objetivos, todos damos passos, sejam eles com os pés ou com cadeiras de roda, andadores, próteses.



Argumento:

            Reflexão acerca dos passos que damos diariamente na vivência cotidiana, como eles se alteram seguindo nossos sentimentos e desejos. Quando estamos inseguros, damos passos vacilantes, se estamos amedrontados caminhamos apressadamente, se não temos pés utilizamos recursos como andadores, próteses, cadeiras de rodas dentre outros, a ideia é explorar os passos, com o intuito de abrir uma nova forma de ver a vida em sociedade. Observar o mundo através de uma nova ótica, aquela que se junta ao caminho, o andar, é pensar no quanto transmitimos para nossos pés nossas angústias, nossos medos e desejos. Intuitivamente é observar a vida humana através das marcas que deixamos nos caminhos que trilhamos para ir ao trabalho, no consultório médio, no intervalo das escolas, nas praças e vias públicas, na areia, subindo e descendo escadas, bem como registrar o burburinho causado do contato da sola de nosso sapato com o árido chão, concreto, asfalto, piso, areia, grama, ou simplesmente terras e pedras. São ideias que trabalham no viés da complexidade humana, ao refletir sobre a subjetividade a partir das marcas que deixamos e dos movimentos inconsciente que fazemos com nossos pés e nem nos damos conta, pois como sendo parte orgânica sua existência não é valorizada e percebida. Também procura-se finalizar o vídeo demonstrando sutilmente imagens de quem perdeu este membro tão básico para nossa vida.



Roteiro literário:

Primeiro passo: determinar as cenas que pretende-se registrar sob o tema proposto;

Segundo passo: observar com mais atenção as formas que as pessoas movimentam seus pés ao caminhar, correr, sentar a aguardar atendimento em lugares públicos, verificar se através destes passos é perceptível a subjetividade, mesmo que sinteticamente, das pessoas ali envolvidas.

Terceiro passo: localizar pessoas que perderam seus membros inferiores e conversar sobre como sua vida foi alterada a partir do surgimento desta nova dificuldade, esta conversa servirá de motivador para a mudança de olhar, ou seja, a partir do conhecimento de uma realidade diferente o vídeo será captado com um novo olhar.



Imagem do vídeo
Áudio
Textos/falas/legendas
Cena 01:
Via pública, praça, trajeto de escolares/ext./dia
Filmar os pés de diversas pessoas anônimas, enquanto transitam de um lugar a outro, captando cenas lentas, apressadas, cansadas, ou seja, todas as possibilidades.
Sons de passos apressados e burburinhos de pessoas conversando, crianças agitadas, carros passando em vias públicas.
Palavras sobrepostas à imagem, que lembrem sentimentos, ações que lembram passos, caminhos e conquistas.
Cena 02:
Prédio público/secretaria de saúde/int./dia
Captar as imagens dos pés das pessoas sentadas, em pé, como estes movimentam-se enquanto esperam.
Silêncio, impressão de lugar gélido, onde os passos são mudos/inexistentes.

Cena 03:
Escola/pracinha/ext./dia
Filmar pés de crianças brincando na pracinha, cancha de areia, correndo, brincando, jogando bola.

Risos, sons infantis, brincadeiras que transmitem a ideia de alegria e felicidade.

Cena 04:
Horário de pico, rodoviária - ext./vespertino
Pessoas subindo e descendo de ônibus, caminhando até a rodoviária, comprando passagens.
Buzinas, freadas, passos sob a calçada agitados.

Cena 05:
Via pública/ext./dia (finalizar)
Filmar pessoas que utilizam recursos médicos para locomoverem-se: cadeiras de rodas, andadores, próteses,  em via pública, externa, durante o dia. 
Som de vento, a ideia de deja vu.
Questionamento narrativo, relacionado a importância de preservarmos nossa vida, nossos passos. 



Analise Técnica

Câmera digital modelo Kodak Easy Share C743

Locomover-se de um espaço a outro com a câmera digital e registrar as cenas descritas.

Notebook Inspirion 1525 – Processador Intel Core 2 Duo – 3G de memória – 320 HD – Windows Vista Home Basic

Windows Movie Maker, para a edição de imagens e sobreposição de algumas cenas.

Tempo aproximado 40 segundos para cada cena, sendo que uma transpassa sobre a outra ao iniciar.

Tempo máximo 4 minutos.



Cronograma

O vídeo será filmado durante uma semana, incluindo final de sema, pelo turno da manhã, tarde e vespertino. Primeiramente será feita uma observação dos locais prévias, para poder precisar adequadamente o horário no qual as filmagens serão realizadas, serão captadas diversas cenas e selecionadas as que forem mais condizentes com a proposta inicial. 

Cena 01
Centro da cidade de Canela, praça pública, próximo a passagem de transeuntes e estudantes, horário do meio dia.
Cena 02
Posto de saúde, horário da manhã, início do atendimento ao público. Bairro Santa Marta, município de Canela.
Cena 03
Escola Estadual de Ensino Pedro Oscar Selbach, Canela, turno tarde, turma de pré-escola (alunos de cinco e seis anos), atividades lúdicas na pracinha.
Cena 04
Rodoviária municipal de Canela, vespertino, saída do emprego e retorno para casa.
Cena 05
Cena mais difícil, praça pública, aguardar a chegada de pessoas com deficiências locomotoras e/ou na escola de educação especial localizada no próprio município. 


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